São Caetano do Sul / SP - quinta-feira, 02 de maio de 2024

Artigos

Meus principais trabalhos são encontrados na integra procurando pelo Site: http://scholar.google.com.br/ digitando René Crepaldi Filho.

Abaixo você poderá ler alguns artigos de interesse geral.

Modificações dos fatores de risco podem reduzir a mortalidade por neoplasias do aparelho digestivo


Autora: Laura Gater

Indianápolis, Indiana – No 55º Encontro Anual da American College of Sports Medicine, Charles E. Matthews, PhD, FACSM, professor adjunto de medicina do Institute for Medical and Public Health, Vanderbilt University Medical Center, Nashville, Tennessee, afirmou acreditar que um processo biológico associado à síndrome metabólica está relacionado ao câncer de aparelho digestivo, doença que apresenta uma taxa de sobrevida em cinco anos de 45%. Modificar os fatores de risco de câncer do aparelho digestivo poderia reduzir essa mortalidade.

O objetivo deste estudo foi verificar se a presença da síndrome metabólica está associada ao aumento da mortalidade precoce nas neoplasias do sistema digestivo e identificar os riscos associados aos elementos da síndrome. A síndrome foi definida como a presença de três ou mais dos seguintes fatores: baixo HDL (< 40 mg/dL), pressão arterial alta (≥ 130/85 mmHg) ou hipertensão, obesidade abdominal (cintura > 102 cm), alta glicemia de jejum (≥ 110 mg/dL) ou diabetes e hipertrigliceridemia de jejum (≥ 150 mg/dL).

Foram 33.230 homens, entre 20 e 88 anos, sem neoplasias com registro de exames preventivos realizados entre 1977 e 2003, admitidos no Aerobics Center Longitudinal Study, com acompanhamento até 31 de dezembro de 2003. O maior fator de risco foi a obesidade abdominal e o menor a hipertensão arterial. Um mau condicionamento cardiorrespiratório foi associado a um maior risco para a síndrome metabólica e como conseqüência para neoplasias digestivas.

 

A profilaxia com colecoxibe reduz o risco de pólipos adenomatosos colorretais


Autora: Martha Kerr

San Diego - Os resultados do Estudo de Prevenção de Pólipos Adenomatosos Colorretais Esporádicos (PreSAP) mostraram que uma dose diária de 400 mg de colecoxibe reduz o risco relativo para formação de novos pólipos colorretais em 0,75 (intervalo de confiança de 95% [IC], 0,65 – 0,86; P < 0,0001) quando comparado ao grupo placebo após cinco anos de acompanhamento.

Os resultados desses cinco anos de acompanhamento do estudo foram anunciados pelo pesquisador líder, Nadir Arber, diretor do Integrated Cancer Prevention Center e professor de medicina no Departamento de Gastroenterologia em Tel Aviv University's Sourasky Medical Center, Israel, em um estudo clínico apresentado na Digestive Disease Week de 2008.

Inicialmente o estudo envolveu 1.561 pacientes com alto risco para adenoma colorretal em 32 paises. Os pacientes foram randomicamente divididos em grupo placebo e grupo em uso diário de 400 mg de colecoxibe. A colonoscopia foi realizada no início do estudo.

O uso de colecoxibe ou placebo foi mantido por três anos até o momento em que os questionamentos sobre a segurança dos efeitos cardiovasculares com o uso de colexibe provocaram a interrupção do tratamento. Uma observação adicional ao longo de dois anos foi realizada em 1.043 pacientes, além de um acompanhamento através de colonoscopia no quinto ano.

Segundo Dr. Arber, a incidência de adenomas foi 20,8% no grupo em uso de colecoxibe e 32,5% no grupo placebo no primeiro ano de acompanhamento. No terceiro ano, a incidência de novos adenomas foi 16,1% no grupo em uso de colecoxibe e 24,9% no grupo placebo.

No terceiro ano, o risco relativo (RR) foi 0,64 (IC de 95%, 0,56 – 0,75; P < 0,001) para novos pólipos e 0,49 para adenomas avançados (IC de 95%, 0,33 – 0,73; P < 0,001).

Os novos dados revelam que a taxa cumulativa de detecção de adenomas ao longo do quinto ano foi de 51,4% no grupo em uso de colecoxibe e de 57,9% no grupo placebo (RR, 0,75; IC de 95%, 0,65 – 0,86; P < 0,0001). A taxa de detecção de adenoma avançado foi de 10,0% no grupo de colecoxibe e 13,6% no grupo placebo (RR, 0,64; IC de 95%, 0,457 – 0,887; P < 0,0072).

Dos pacientes que não haviam apresentado novos adenomas até o terceiro ano, 89 (27%) do grupo em uso de colecoxibe apresentaram novas lesões no quinto ano, enquanto o mesmo ocorreu em apenas 30 pacientes (16,3%) do grupo placebo (P < 0,0001).

Efeitos cardiovasculares foram observados em 10,4% dos pacientes em uso de colecoxibe e em 6,5% dos pacientes do grupo placebo, uma diferença que Dr. Arber descreveu como "leve, mas estatisticamente significativa". Em geral, 77,9% do grupo em uso de colecoxibe e 75,4% do grupo placebo apresentaram efeitos colaterais ao longo dos cinco anos de acompanhamento, uma diferença que não foi significativa. Efeitos colaterais importantes ocorreram em 23,9% dos pacientes em uso de antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs) e 20,6% dos pacientes do grupo placebo.

Segundo Dr. Arber, "Mesmo com os dois anos adicionais de acompanhamento após a interrupção da droga, ainda foi possível observar um benefício protetor com o uso do antiinflamatório não-esteroidal. De forma geral, não houve diferenças significativas entre o tratamento com a droga e com placebo no tocante aos efeitos colaterais".

Dr. Arber declarou ao Medscape Gastroenterology, "Isto estabelece um conceito. O pico do efeito profilático ocorreu no terceiro ano, mas se manteve até dois anos após a interrupção do tratamento. Presumivelmente, o efeito também seria mantido se o tratamento não fosse interrompido."

O pesquisador informa ainda que "há algumas preocupações em relação à toxicidade cardiovascular, mas esses efeitos não foram tão evidentes neste estudo como em outros."

Apesar de "hesitarmos em prescrever antiinflamatórios não-esteroidais tais como colecoxibe para pacientes idosos, especialmente aqueles com doença cardiovascular", os benefícios parecem favorecer os pacientes com alto risco para adenocarcinoma colorretal e com baixo risco cardiovascular.

Em declaração ao Medscape Gastroenterology, o moderador da sessão Dr. Byron L. Cryer, professor adjunto de medicina interna da University of Texas Southwestern Medical Center, Houston, também concorda: "Esses dados nos fornece informações suficientes para considerar o uso de antiinflamatórios não-esteroidais na prevenção do câncer colorretal, mas precisamos selecionar os pacientes apropriadamente, além de aperfeiçoar a nossa abordagem."

"Os efeitos antiinflamatórios do colecoxibe e de outros antiinflamatórios não-esteroidais podem diminuir tanto os malefícios gatrointestinais quanto o risco para câncer gastrointestinal," e isto poderia ter uma importância fundamental em pacientes de alto risco.