São Caetano do Sul / SP - quarta-feira, 01 de maio de 2024

HEMORRÓIDAS

Hemorróidas 

A doença hemorroidária se caracteriza por dilatação das veias hemorroidárias e o afrouxamento dos coxins de sustentação da mucosa localizadas na região ano-retal.

Existem hemorróidas internas, externas e mistas. As internas são denominadas de primeiro grau quando somente sangram, principalmente às evacuações, as de segundo grau além de sangrarem, se exteriorizam pelo anus às evacuações e retornam espontaneamente, podem também provocar dores em ardência, as de terceiro grau, sangram, se exteriorizam e necessitam de manobras manuais para redução, podem provocar dores intensas quando trombosadas. As hemorróidas externas podem ser agudas, caracterizada principalmente pela dor devido a formação de trombo (coagulação dentro do vaso sanguíneo), ou crônicas que se apresentam como “sobras” de pele (plicomas) ao redor do anus.

Os principais fatores que levam o paciente a desenvolver as hemorróidas internas são aqueles que aumentam a pressão dentro do abdome, dificultando o fluxo das veias hemorroidárias, dentre eles, a constipação intestinal, diarréias freqüentes, gravidez, insuficiência cardíaca, esforços físicos violentos, tumores no abdome, vômitos freqüentes, algumas doenças do fígado e o fator hereditário.

As hemorróidas externas podem ser desencadeadas principalmente por traumatismo e fatores irritativos local, que pode ser provocado por diarréia intensa, cilim de bicicleta, álcool, chocolate, pimenta etc.

 O Tratamento 

Clínico: 1- regime dietético - abolindo-se o álcool, alimentos condimentados, e substâncias que tenham efeito irritativo local (chocolate, amendoim, castanhas, pimenta do reino etc.)

 2- Substâncias farmacológicas com a intenção de diminuir a atividade inflamatória local e diminuir a estase venosa.

 3- Abolição do Papel higiênico - além do efeito irritativo local, não preenche a finalidade de higiene.

 Ligadura Elástica: Trata-se de uma técnica conservadora onde se liga (estrangula) a hemorróida interna por meio de um pequeno anel de borracha. Pode se utilizar desta técnica nas hemorróidas internas de 1° e 2° graus, tem bons resultados, e é indicada principalmente quando existe algum impedimento cirúrgico, é feita no consultório não requer anestesia e quase nunca se usa analgésicos potentes. 

Criocirurgia, Infaread, Laser: São técnicas semelhantes utilizadas em hemorróidas internas de 1° e 2° graus, que visam a destruição do tecido ( a hemorróida) por meio de do frio (nitrogênio líquido), Raios infravermelhos, que com o calor até 100 graus centígrados provoca coagulação do tecido. Técnicas estas cada vez menos utilizadas hoje em dia.  

Hemorroidectomia Clássica – Cirurgia: Técnica desenvolvida há muitos anos com objetivo específico de retirada cirúrgica dos vasos hemorroidários comprometidos, A cirurgia pode ser tipo dita fechada, onde retiramos as veias comprometida e fechamos a ferida cirúrgica com pontos, e pode ser aberta, ou seja o ferimento da cirurgia fica aberto e vai se fechando lentamente com o passar dos dias, técnica essa de minha preferência na hemorroidectomia clássica devido ao menor risco de infecções e de abertura da ferida. 

Técnica por Grampeamento - PPH.: Técnica desenvolvida recentemente onde se faz um grampeamento de toda a circunferência do canal anal, obstruindo todos os vasos comprometidos e fixando a mucosa do anus, Técnica essa que tem como vantagem ser praticamente indolor. Porém deve ser usada em alguns casos específicos. 

As complicações: 

Em ordem de freqüência nos pós operatório imediato a Retenção urinária é a queixa mais comum depois vem a dor, o edema a tromboses os abscessos e o sangramento podem ocorrer com o passar dos dias, fecalomas ocorrem com as pessoas que desenvolvem dificuldade de evacuação nos pós operatório, pregas residuais, fissura, estenoses e  incontinência anal são complicações mais tardias.

É claro que essas complicações não são muito freqüentes, ocorrendo numa porcentagem pequena, mas que podem ser amenizadas quando se faz uma boa preparação cirúrgica e orientação adequada, e o cirurgião tendo a possibilidade de usar bons equipamentos cirúrgicos e adequada colaboração do anestesiologista.